03 setembro 2008

Ao ar livre

hmmm...ainda acerca de filmes, e porque não um Drive-in na cidade? Ou que a iniciativa "Cinema fora de sítio" fosse amplamente alargada e a cidade acolhesse cinema ao ar livre (claro que sempre que o tempo permitisse o que hoje não aconteceria). Que tal no Parque da Cidade ou junto de espaços verdes?
Isto porque hoje até ia ao cinema mas só a ideia de entrar numa sala escura de um shopping fez-me desistir de tal ideia...

Sons & Daughters



Relembra-me algo mas ainda não cheguei lá....

Sensibilidade...

Este fim de semana aconteceu algo que confesso há muito não me acontecia. Em conversa com um casal de amigos chegados de férias a dada altura ele vira-se para mim e diz:
ah, é verdade, queriamos falar contigo. Já vimos aquele teu filme preferido e digo-te que não o conseguimos ver até ao fim...
Fiquei algo espantada, primeiro porque não tenho um filme preferido, mas vários, e segundo porque não estava a ver a que filme se referia. Interroguei qual filme.
Ele: o teu preferido, aquele, que naquele jantar nao paravas de falar sobre...o teu preferido.
Mas eu não tenho um filme preferido. Vá, contem-me a historia para ver qual é. Confesso que estava com uma branca dada a quantidade de filmes preferidos e nenhum no topo.
Ele: um super estranho, muita violência.
Ela: não consegui ver até ao fim, mexeu comigo.
Alto! Funny games disse eu. Enquanto me ria claro. Que medo.
Ambos: Isso!
Mas o original ou a nova versão americana?
Ambos: a americana.
Ah então tem que ver o original (tinha-me esquecido que não o tinham conseguido ver até ao fim). Mas esperem, esse não é o meu filme preferido. Falei dele quando estavamos a falar de filmes que nos marcaram, e tal como tinha dito no dito jantar esses são o que eu chamo de "socos no estomâgo". Saio do cinema em estado catatónico. Uma lista pequena de filmes assim: Kids, Crash, Ondas de Paixão, Funny Games, Dogville, Ferro 3, e a lista não termina...

Uma reacção que tem vindo a acontecer de vez em quando. Aconteceu quando fui ao cinema ver o Crash com sala cheia, com a minha prima e o namorado que só não abandonaram a sala por minha causa. Isto quando a sala no final do filme encontrava-se a menos de metade, tendo havido imensas desistências. A partir daí seriam eles sempre a escolher o filme.

O ano passado uma amiga minha quis ver o Ondas de Paixão. Certo. Avisei-a. Vimos. Confesso que só o tinha visto no cinema e nunca mais, apesar de o ter em casa para quando o quisesse recordar. No final do filme tive que colocar um filme levezinho dado o estado algo preocupante da minha amiga.

Lembro-me que quando fui ver o Mulhand Drive a dada altura olho para a minha amiga ao lado que estava a afundar-se na cadeira e virando a cara de vez em quando. Nunca tinha visto um filme de David Lynch...ops, não sabia.

São filmes, são experiências. Algumas não voltei a repetir. Muitos dos "socos no estomâgo" não foram novamente visionados. Talvez porque tudo tem uma altura certa. Ou porque há alturas na vida em que nos relembramos das emoções e voila, o dvd e o vhs resolvem a questão. Mas agora talvez sozinha, ou com alguém que saiba à partida o que estará a ver...e talvez por estar mais velha há filmes que sabendo a temática, lendo ou vendo o trailer escolho por não os ver até ser a altura certa. Confesso que ainda não vi O Mar adentro, Hotel Ruanda, Babel...escolhas e sensibilidade...e bom senso.

02 setembro 2008
















Jacques-Louis David - Madame Récamier, 1800

Jeanne-Françoise Julie Adélaïde Bernard Récamier was a leader of the literary and political circles of the early 19th century...

America



Todo o poema pode ser lido aqui